18 de novembro de 2009

Lucky Johnny's Misadventures

 Nada vale a pena, até que a mente fique lenta - Anne Rice, em Armand.




O ato de não ligar para você mesmo.
Simplesmente, é uma tática venerável e completamente paradoxal; fazer o que não faria, e reconhecer, ou não, novos limites. Novos pontos distantes, melhor postando.
Ignorar aquela diferença bostial, admitir a inquieta e vivaz necessidade de comunicar-se. Não por comunicar somente, mesmo que seja assim que tudo começe... até porque 'foi do nada que veio o tudo'. Stephen Hawking.
Um belo par de pernas ele tem. Delícia!...

É complicado porque é simples. Porque é fácil, é rápido, é indolor e muito indiferente. As coisas alegres da vida são indiferentes e essa indiferença carrega pra longe os problemas. Muitas vezes são a luz para os mesmos. Enfim, o simples ato de rir resolve tudo. Sério, resolve tudo. Nada mais importa.
Você ri. Você sabe o que fazer.
Dou risada e sou feliz: logo, existo. Reformulando aquela velha frase, apenas...
É se permitir a chorar com alguem que você nunca iria imaginar de considerar como amigo(a) e perceber que isso não faz diferença nenhuma. Aliás, as diferenças não fazem diferença. São no final as afinidades que nos unem. Não é preciso anos de amizade para uma sinceridade profunda e pessoal. As pessoas tambem são sinceras. Não todas, claro, isso é verdade. O mundo não é perfeito, pasmem. Mas, e se você não arriscar?
É, você acaba saindo muito mais do que arranhado se não arriscar vez ou outra. Palavra de alguém que já quase perdeu um braço num desses 'arranhões' loucos da vida.
Não são as grandes coisas, nem os detalhes que importam. É o invisível. É o indizível, na minha percepção, que sempre me atraiu. Atrai sempre e sempre me atrairá. É quando você não consegue falar nada, ou quando não precisar abrir a boca que tudo faz sentido. Esses momentos valem a morte de qualquer ser humano.

Quando os olhos ficam parados e a face mostra-se endurecida ou lunar, eu estou lá.
Dentro, no centro. O meio-meu,-só-meu,-do-meu-ver-do-mundo-nosso.
Acredito que as pessoas precisem disso. Uma visão pessoal do mundo à volta. Uma visão pessoal do mundo é uma forma de ter-se uma consciência real dele próprio, saca? É entender o mundo nosso, atravéz do mundo só seu. É lindo, e é de graça.

Quando não podemos mais confiar em ninguém, é que perdemos a nossa vida.

5 de novembro de 2009

N.O.M.

Puxa daqui, conversa dali... e o quê sai, é um pouco do que faltava. Um prolongamento, como sempre, de tudo o que já foi escrito.

Mas as coisas não são sempre como deveriam de ser.

Não é sempre tudo a mesma coisa, as pessoas tem valores diferentes, nada é igual pra tod o mundo e, mesmo assim, buscamos uma "Igualdade" unilateralmente universal. Mas não é assim na realidade. Logo não sendo, é que existe o Individualismo. Tanto é assim, que o ritmo de crescimento da grama do vizinho virou ditado popular. É como buscar a singularidade dentro do comum. Dentro de outro. Somos tão idiotas a ponto de complicar coisas tão simples, que tornamos a igualdade em algo individual, e o individualismo virou algo comum à todos, quase como um parâmetro de igualdade entre as pessoas. Hoje, ser individualista é fazer parte de um grupo, um grupo seleto e especial.
Enfim, é tudo de lascar muito com a minha paciência. Com a de qualquer um, creio. Ou pelo menos deveria de lascar.

Tipo, tem até essa parada de Orkut novo e blábláblá...


Qual é mesmo a intenção do Orkut? Não é aumentar a rede de socialização de uma pessoa, fazendo assim com que todos falem com muitos? Bem, acho que vai contra essa maré de socialização do vazio a disponibilização de uma nova versão de um velho serviço para poucos. É segregacionar. É instigar as diferenças. Pior, é instigar a disputa, a briga, a competição. É inflamar o espírito pomposo e redondo de alguns indivíduos medíocres. É banalizar a magnífica idéia de comunicação global sem fronteiras. Isso me inconforma, de certo modo. Não me tira o sono, nem um pouco, mas me inconforma. No final das contas, não é a comunicação global que me tira o sono. É uma comunicação pessoal.


Claro, não é um texto sobre o fim dos tempos da Comunicação. É um alerta sobre novos tempos. Algo como uma Nova Ordem Mundial, ou NOM. Esse termo designa, hoje em dia especialmente, o caso do Acordo do Tratado de Copenhague. Pesquisem sobre o assunto, vale muito.

Indico também o blog homônimo "A Nova Ordem Mundial"



É pouco, até porque hoje vivi um dia forte demais...

4 de novembro de 2009

Mudança(s)

Ideia de Frances Will e seu cabelo cortadinho, e impulso de uma ainda não resolvida situação leonina;






Já parou pra perceber quantas vezes você muda?

Essa pergunta é a resposta pra muitas das nossas dúvidas e questões pessoais. Sempre achamos que quando mudamos algo de modo visivelmente perceptível, é que algo realmente mudou. Ou então, quando mudamos algo nos nossos interiores e ninguém vê, parece que não foi nada e que vai passar. Talvez passe, talvez não. Na verdade, não mudamos nada em nós, só aceitamos. É aceitar um presente a questão da mudança. Mas, como nem sempre um presente é de bom gosto, melhor ficar atento.

Atenção para aquela diferente parte de você que parece estar crescendo. Ela pode não ser você. Ela pode não estar nem crescendo, e sim, aparecendo. Reflita muito sobre as opiniões que valem a pena. Duvide muito das que não são tão intelegíveis. Não aceite críticas descontrutívas, é banal tirar um tijolo da sua própria parede.

Ninguém sabe melhor do que você o que te muda ou o que te mudou. Mais ainda o lugar onde houve a mudança. Não há ninguém que seja mais capaz do que você mesmo de se avaliar. Afinal de contas, é você mesmo o seu maior companheiro, o, literalmente, companheiro de todas as horas. Mas não seja um completo arrogante a ponto de se considerar perfeito. Nem mesmo perto da perfeição alguém pode chegar, sozinho.


É uma questão de dançar na vida que nós aprendemos a lidar com as mudanças, todas, até as de horário de verão. Acordar mais cedo é muito chato, realmente, e é inútil, de fato, mas é divertido até. Quem não gosta de sair "de noite" e encontrar o dia ainda bem claro? É uma sensação de liberdade e leveza...

Mudança.
Liberdade.

Também não vale muito a pena ficar se lamentando pelas mudanças que ocorreram fora do seu alcance. É bom ficar triste, mostra que você existe, mas viver triste só te mostra o oposto. Acostumar-se às mudanças, mesmo que contra a vontade, te tornam mais forte. Sim, mais forte. Qualquer um que sobreviva ao novo cachorro do vizinho, que agora terá 4, ou mesmo a um novo aumento de passagem, torna-se forte. Superação, palavra chave.

Mudar pede reformas. Mudanças grandes, às vezes, uma demolição completa. E se for tão grande, até um terreno novo em outro lugar. Entretanto, infelizmente ainda não inventaram uma maneira de se mudar de corpo. Ou, quem sabe, felizmente que não.

Ando escrevendo textos mais rápidos e menos pesados, tanto gramticalmente, quanto filosoficamente até. Enfim, mudanças. E não me sinto constrangido ou mal por isso tudo.

Mudança.
Liberdade.

3 de novembro de 2009

Observar

Numa tentativa cansada por alcançar o ritmo antigo de postagens. 
Quero minha liberdade de volta!





Não há muito do quê se dizer.

Um mendigo na rua costurando crucifixos em um pedaço de tecido longo e velho, verde, sentado à uma mesa de damas típica dos velhinhos de praça. Ele era velho, mas não estava jogando damas. Estava jogando com a vida. Estava jogando com Deus.
Um homem sem fé, é o que se poderia dizer dele. Talvez, alguém pudesse ir contra a nossa maré e dizer que era um homem de muita fé. Costurar Deus com uma linha frágil num pano velho; é, um ato de fé. O que mais impertigou esses pensamentos fora sua aparência, desvelada de cuidados e largada. Barba mal feita, amarelada pelo tempo e pelo pó dos dias, e quem sabe umas cervejas. Muitas até. A aparência de velho não era a de um velho realmente. Era o velho de rua, aquele que com 50 anos parece ter 70. Era um mendigo de cabelos até os ombros e mal cortados, lembrando o saudoso Raul. Mas Raul era importante. Ele teve clipe musical e tudo. Aquele homem tinha uma linhazinha, um pano, e Deus. Raul morreu de cirrose entre outras coisas, e aquele homem ainda estava vivo. Costurando a fé. Com linhas invisíveis. Num pano velho e acabado.

Tá, isso tudo vi do ônibus parado num ponto esperando os passageiros subirem, ouvindo How to Save a Life e pensando na embriaguez leve e doce de algumas cervejinhas. "As pequenas coisas que te levam a pensar em coisas grandiosas" (Clarice Lispector), isso sempre me atraiu. Assim como os pequenos detalhes, aquelas pequenas aparições da vida nos movimentos das mãos, no ajeitar dos braços, na postura nua e sonolenta, no caminhar nervoso e ansioso. Até no segurar da caneta. Esse mendigo e sua fé me fizeram lembrar de como é bom poder perceber as coisas. Perceber o mundo. Fazer parte dele e viver nele. Principalmente viver nele, até por andar faz um dias fora de algum mundo. Nem no meu mundo eu tenho passado os dias. Sabe, parece que eu passei em branco! Coisas aconteceram, aconteceram comigo, mas eu não aconteci... é, e eu fui pensando assim no embalo do ônibus.


O ônibus vira uma carruagem pros pensamentos e também um tipo de portal que te transporta pra qualquer lugar, maldito ou angelical. Uma questão de percepção, essa mesma que me relacionou um mendigo velho e suas costuras paradoxais com o Raulzito.
Senti um nervoso de continuar pensando e dormi.

1 de novembro de 2009

Saudade

- Você anda usando drogas demais, e o seu sistema nervoso parece não mais aguentar te ter como dono. Já pensou em procurar um especialista?
- Que tipo de especialista, uma puta? Talvez nem ela me ajude... HAHAHAHA!
- Não, é sério... - os olhos ficavam doloridos pelas luzes fracas e a dificuldade de enxargar dentro daquele quarto escuro. - Daqui a pouco você não consiga mais nem levantar dessa cama... e quando isso acontecer, o que vai ser da sua existência? Vai virar pó? Não, não vai!
- Do jeito que eu ando, eu JÁ sou pó, e isso não me parece nada ruim. Esqueceu do que você me disse semana passada sobre o Cazuza?
- Cazuza? Eu já falei tanta coisa desse cara...
- "Morri morto, já na cova. Vive morrendo, já na cova. Nasci sabendo que não havia escapatória. Então, porquê?" E eu te pergunto, porquê, afinal de contas? Se nem o amor me visitou nesses anos todos que eu vivi, como alguma coisa poderia me fazer negar-me ao pó? E o pó é tão reconfortante...
- A ignorância também! E isso é o que mais me incomoda em você!
- Incômodo? Agora virou uma questão de simples incômodo? Eu me incomodo de ter de levantar pra bater a cinza no cinzeiro, e me incomodo por ter sido idiota de ter deixado ele longe da minha cama. Esse tipo de coisa me incomoda. Eu sou um incomodozinho qualquer pra você?

É, o cheiro de morte, aquele cheiro negro e ocre de cinzas velhas, cinzas embebidas nos restos de líquidos das garrafas espalhadas pela casa. O ar pesado e carregado, ausente de luz dos dias que passaram e encoberto por cortinas longas e escuras. Ela já não tinha mais certeza das emoções e dos sentimentos que um dia havia nutrido por aquele menino prodigioso, dezesseis anos apenas, e já capaz de discursar sobre assuntos complexos para pessoas de mais idade. Ela não o achava um gênio, mas o tinha como alguém especialmente maravilhoso. Deus havia gasto um pouco mais de tempo naquele rapaz, disto estava certa.

- Não. Eu te amo, eu te adoro, até mesmo quando eu não te vejo mais em parte alguma dessa sua cara suja e seca. Você não tem se alimentado bem...
- Claro, quando eu comia comida saudável, sentia fome, e eu odeio sentir fome. Quando comia mal, não conseguia comer mais nada durante um dia inteiro. Desisti de comer. Até de água parece que eu não preciso mais.
- Faz quanto tempo que você não come nem bebe nada?
- Uns dias...
- Dias?! - Esticou o braço, e pela primeira vez desde que havia entrado por aquele portal alto e vislumbroso sentia o toque daquela pele suja e cansada. - Deus do céu, você está péssimo! Sua pele está rançosa!
- Virei manteiguinha! HAHAHAHAHA vou me derreter todo por você, mulher dos dedos finos...
- Para com isso, vem comigo! Você precisa de um banho e de alguma coisa pra comer.
- E pra beber!? HEIN, E PRA BEBER!? SABE O QUE EU TENHO PRA BEBER?! NÃO?! - Ele gritava nos ouvidos dela, já longe de alguma razão humana. Só havia ali a máscara infame do palhaço da Loucura e do bardo da Dor. Havia nele segundas intenções, e ela sabia disso.
- Não, não sei. O quê há para beber? - Perguntou impávida, desabalada e concisa. Não se deixaria levar pela tentativa de expurgá-la.
- Saia daqui. - Seus olhos eram invisíveis. Olhavam o chão com a mesma frieza com que este lhe olhava.
- Não vou.
- SAIA DAQUI !!!
- Eu não vou te abandonar, você não precisa desistir de tudo, você não pode perder assim!
- A vida é um jogo roubado! Cartas marcadas, dados viciados, escolha a analogia que for, mas o Homem sempre perde pro Homem, e comigo não será diferente! Só não quero retardar a verdade e amargurar mais os meus dias perdidos de vida insana e correta..
- Insanidade é tudo o que quis dizer o que nós vivemos!?
- Insanidade foi tudo o que eu consegui tirar da vida que nós seguíamos! Você é você, sua capacidade de lidar com tudo isso que insistem em chamar de vida é muito melhor do que a minha. Jamais fui capaz de lidar com a dor, com a felicidade... Nunca consegui entender o que é Amor, e já não quero mais entender.
- Mentira. Se você não amasse, não iria desistir. Você só se cansa daquilo que tenta, e você ainda tenta com todas as forças amar. Você me ama! EU TE AMO! Não há fuga, não há saída, nem desculpas ou motivos. Eu, com vinte e um anos me apaixonei por você, de dezesseis... minhas amigas ainda me chamavam de idiota e retardada por acreditar que você era especial, quando viam em você só mais um moleque mal penteado e encolhido nos cantos...
- Nunca deixei de ser isso. - Apanhou o maço de cigarros. Eram Marlboros, vermelhos. Um maço amaçado e com mancha de molhado, provavelmente de uma bebida derramada. Era a mesma tonalidade da mancha dos lençóis. Acendeu um e jogou no canto do chão, debaixo da cama, o maço. O isqueiro no bolso. - Aliás, demorei muito tempo pra entender o quão retardado eu era. Nunca valeu mesmo a pena ficar olhando você passando com aquela cara de idiota. Eu deveria ter me apagado antes de você querer me iluminar com essas luzes de palavras bem elaboradas e esses dedos finos.
- E você sempre gostou dos meus dedos. Você, que gosta de tocar piano, sempre me admirava ao tocar... porquê você ficou com tanto medo e resolvou desistir?
- Eu não tenho medo! Eu não estou desistindo! Eu já desisti, eu nunca sequer começei! Foi um erro, foi um erro...

Um silêncio.
Para ambos, dizer que o amor entre eles havia sido um erro era como dizer à Deus que sua criação era imperfeita e que merecia o esquecimento. Sim, ambos tinham certeza de que tudo aquilo merecia ser esquecido, mas sabiam também da certeza de que a eternidade de seus olhares, a sinceridade de seus toques, e até mesmo a irritante previsibilidade os tornara impossíveis de esquecer. Eles haviam vivido, e o que se viveu com todas as emoções, jamais seria esquecido.

- Não é um erro. Eu tive certeza disso no dia em que percebi que começava a te perder. Aliás, sempre tive certeza, só tive medo de admitir.
- Admitir, sentir, certezas... você adora essas palavras, não é? São o seu esquema linguístico preferido... sempre foi.
- É, porque com você eu aprendi a sentir, a estar certa, e a admitir. Eu aprendi a não ter medo do medo.
- Andou ouvindo Legião Urbana, foi? - Os olhos dele viravam para a parede da esquerda, e da parede da esquerda para o cigarro. Era um quadro de Van Gogh, "Caveira com Cigarro Aceso". Ele sempre gostara de mostrar à si próprio seus defeitos, suas falhas, suas fraquezas. Ele acreditava que isso o tornava mais forte às críticas e a qualquer possibilidade de mudança. Na verdade, mal sabia que só por acreditar em algo, tornava-se mais forte.
- A melancolia do Renato simplesmente não é suportável. Você sabe disso..
- Ele morreu.
- E daí?
- A melancolia dele acabou. - e olhou-a nos olhos. Sua fumaça expelida pelas narinas fazia com que o ar tomasse um tom acinzentado. Nesse instante ela sentiu dentro da barriga, subindo até o coração, que aquele era um momento final. Ali era a despedida. Ele estava morto, não havia volta.

- O quê você tomou?
- Você nunca vai saber.
- Conta. Eu preciso saber...
- Depois que eu fechar os olhos, quero que você saia por aquele portal e nunca mais volte. Eu vou ficar bem. - mesmo sabendo que não era verdade, porque ele não tinha certeza, disse-lhe que ficaria bem. Suas costas doíam, seu corpo não mais respondia direito aos seus comandos e a única coisa que conseguia fazer direito, era falar. Até mesmo fumar era complicado.
- Vou passar a noite aqui do seu lado. - puxou o lençol fedido e sujo para o lado, e deitou-se ao seu lado. Acalmou a cabeça em seu peito e relaxou.
- Você não vai mesmo embora, não é?
- Não.
- Nem se eu gritar de novo e começar a te empurrar porta à fora?
- Você não vai fazer isso.
Entrelaçou seus dedos aos dedos dela, jogou a guimba no cinzeiro e pediu perdão à Deus. Jurou que se houvesse uma próxima vida, não seria fraco assim. Suas mãos começaram a formigar, e com um último esforço colocou sua mão por sobre os olhos dela. Ela começou a chorar e apertou forte seu peito, e ele sentiu um pouco de dor, mas não disse e tão pouco fez alguma coisa. Desistiu de reclamar. Desistiu de afastá-la nos momentos bons. Ele morrera. Ela, dormira.
Ao acordar no dia seguinte tentou acordá-lo, infantilmente e inocentemente. Quando se permitiu, chorou. Levantou da cama e caminhou pelo portal.
Nunca mais voltou. Nunca mais soube qualquer coisa sobre aquela casa e sobre ele. Mas agora discordava de Cazuza quando dizia:

"Eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim."

Levou consigo seu isqueiro de metal e uma mecha de seus cabelos pretos. E o Amor, e os detalhes.





Eu não sei o que é isso, mas eu sei o que provocou. Vide título.