"A Onipresença da Tua Ausência"
O comum sempre é banal. O que sempre se espera do comum, é sempre outra coisa comum. E eu estou em devaneios constantes, a cada instante, injetando letargias vagas, derivando do meu Eu um outro alguém sustentável.
O silêncio se perpetua, na comum e simples falta de palavras. Isso angustia, destrói. É a falta de informações pra poder fazer algo de bom nessa tua vida. E por vontade própria, ou mesmo alheia a mim, eu tento me calar. E me calo.
Sinto a crescente e inevitável distância. Sinto e presinto no toque, o que vai ser dito. Surpresa é quando eu sei sem tocar. Faço de cada segundo de palavras ou olhares uma tentativa, quase sempre absurdamente desesperada, para conseguir um pouco de resultados. Seja qual for, seja lá quem for se dar bem ou mal, simplesmente resulte em algo.
Saiamos da inércia de nós mesmos. Sejamos movimento.
Mas eu estou errado. Eu sempre me considero errado, e na maioria das vezes, estou certo quanto a isso. Estar errado é a única certeza.
O passar dos dias acalmou e afugentou certas cores. O som do rio não corre mais perto da casa tranquila e cheia. As crianças brincam em outro quintal, os cães ladram em outra vizinhaça.
Inevitável é se afastar. Invitável, é voltar para onde se estava, mas em outro ponto do mesmo estado. Inevitável é perder as esperanças e se sentir um derrotado, porque eu sou o meu pior inimigo e meu melhor aliado. Mas, sabe como é, nunca fui de gostar de brigas.
Eu posso mudar amanhã. Posso acordar e estar tomado de um sentimento inominável, ou mesmo muito intensamente interessante, que me faça achar as coisas um pouco menos sem graça. Mas eu tenho certeza, de que no dia seguinte a este, tudo vai ficar menos.
Tudo fica sempre menos.
Que pena.
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