9 de agosto de 2009


Poderia alguém dizer o que pensa? Já tentei fazer isso, sempre tento fazer isso, sempre erro, sempre não consigo, nunca que acerto, e jamais me conformo com a falha. Aliás, me conformo em continuar sempre.

Jamais acreditei que havia me explicado, me exaltado, me dito de forma coesa e coerente aos meus pensamentos, aos meus sentimentos, aos meus eus. Isso até me causa ainda um certo ressentimento por ter aberto a boca, por me fazer sentir eu próprio como um ser incompleto, incapaz. É bom, pelo menos eu vivo. Pelo menos eu me provo, me testo, me comprovo.

A busca eterna pelo melhor modo de falar, subentendendo aqui o falar como algo divinamente inspirado no Homem, afim de disseminar o amor, faz parte do meu cascudo ser.

Fui acometido de um paradoxo mortalício; fui chamado de frio.

A, eu juro, como eu refleti, como eu parei pra pensar. Deve ter durado minimamente umas 3 horas encima disso. E não foi deitado na cama, de noite, ou em algum confortável lugar; foi sentado. Sentado na cadeira da varanda, ao sol forte nas faces.

Percebi algo interessante:
minto, relembrei algo quase apagado pelo tempo:
Aquilo que é, passa a não ser aos olhos daqueles que não o são. É pesado, é doentio. É repugnantemente humano o desprazer pevertido de repudiar.
Repúdio. Ojeriza. Asco. Tríade humana. Deus, Jesus e a Pombinha Branca lá; tudo a mesma coisa, não é?

Já fui de me perguntar se poderia eu algum dia vir a desistir de mim mesmo, e me tornar mais um, talvez um grande mais um. Um reconhecido mais um, tachado, classificável.
E que fique bem claro que não faço apologia ao individualismo. Não faço mão do recurso maligno do apoio ao errado em prol do fim divino. É cagar, diamante.

Não, eu não conseguiria. Sou tão profundo em mim mesmo que minha escência exala por meus póros, pelo meu âmago, de dentro pra fora, de fora pra dentro. Eu sou sendo, mesmo não sendo reconhecido pelos olhos do mundo. Eu consigo ser a excessão, mesmo não fazendo nada em fundo de pano afim de chegar ao ponto. Queria eu até ser o meu caminho oposto...

As pessoas são todas reconhecidas por aquilo que se pode dizer: educado, bonito, rico, grande, forte, talentoso, honesto, direto, sonhador, por diante. Jamais, JAMAIS notei alguém que fosse reconhecido por ser aquilo que se é. Também jamais vi reconhecimento no amor. Vi no ato de amar alguém, que por sí só se reconhece. Mas nunca vi pelo Amor maiúsculo, amor sem dar, sem receber. Amor inerte e tão onipotente, onipresente, onisciente quanto Ele. Talvez Amor seja Ele.

Não tem mais como eu tentar mostrar algo pra quem quer que seja aqui. Minhas palavras já foram exauridas. E mesmo que me fosse de vontade mostrar algo a alguém, não o faria. Nunca o faço. Só consigo mostrar as escolhas, os caminhos, os que me são visivelmente melhores. Só vejo, não faço. Sina de quem "vê", é nunca "tocar".

O Sol é frio.

Uma imagem bela. Amor por amar. Sem sentido, sem precisá-lo.

"Deus é amor", vai se fuder seu puto estraga texto. (L)

Um comentário:

  1. Grandioso texto. Grandioso, perfeito em seus sentimentos, me senti sem roupas aqui. Descreveu perfeitamente, parabéns. Sem palavras para descrever.

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