Foram confusas as horas de um dia normal. A normalidade do sol e do frio da sala ainda me pertubam. Além do esperado, e do inesperado. Eu achei até a graça disso, mas foi por nada. A graça é só passageira, companheira dos momentos de pensamentos frios e calculistas, que nem sempre devem ser levados como ruins.
A fé está retornando aos poucos. Os sentimentos, se fazendo cada vez mais presentes nos meus olhares, levantando as palpebras e não deixando que eu adormeça às 17. Livros, virando passatempo comum e secundário. Estudos, ganhando propulsão astrofísica diariamente. Um mundo melhor se fazendo. Mas isso não importa. Isso é pratico. Tudo isso aí pra cima é prática. O medonho vem do que não é prátrico, do que não é racional, do que não é manual ou visível.
Sinto agora a ausência do meu Eu. Do meu antigo poder de meu seduzir com as próprias palavras, de modo intensional e inocente. Li um texto hoje, dela. Isso já me foi mais do que suficiente para entupir as artérias da criatividade. Ela é maior que eu. É mais viva, e isso me assusta.
Como eu amo tudo isso.
Tive de passar por uma daquelas situações dramáticas, onde um grupo de animais selvagens é liderado por um tipo de macho alfa, que organiza com a urina as melhores do bando. Essas, saem a procura de alimentos para saciar a fome de seu líder, seu macho, seu alfa. O nome desse evento, hoje, foi denominado festa do professor Márcio. Dezenas de pessoas sorrindo, sem o menor motivo, confrontando umas às outras em relances, de modo singular e desmedido. Na boca, um sorriso. Nas mãos, palmas. Nos olhos, variantes da mesma coisa: ódio.
Ali o ódio pode ser visto como nojo, como indiferença, como ignorância, relutância, distanciamento, falsidade, inveja, vergonha... os mesmos nomes da mesma coisa. Foi uma aula para os apreciadores da arte de observar o meio estando dentro dele. Foi caótica a resposta dessa pseudoaventura.
Nítido como adolescentes tendem a vender-se dos modos mais interessantes e repugnáveis. Chamar a atenção, seja lá como for, é uma palavra de ordem. E não esquecer: sempre desmerecer o amiguinho do lado, viado! ;)
Boring, too boring for my body. Nada como o melódico som de Dream Theater, a companhia de algumas poucas pessoas memoráveis, o olhar de umas duas. Ah, e claro! O repúdio disfarçado de repúdio de uma quem que vive recentemente a trocar olhos comigo. Ela teve o que quis, e eu dei o que ela queria. Fiz uma pergunta, recebi uma resposta indagativa, que na verdade nem era uma pergunta e sim uma constatação de que, mais uma vez, a humanidade prefere manter a pose ao viver plenamente a vida. É triste viver numa sociedade onde uma calça e um par de sapatos valem mais do que uma idéia, ou uma palavra.
Não ousei nem ao menos continuar, e fiquei feliz porque, ao menos, ví que aquele tipo de situação não mais me causaria asco. Satisfação seria a melhor palavra. Eu não tenho mais nada a ver com ela.
Página virada, fim de livro, vamos ao próximo que se segue.
ca ra ca ;O
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