4 de agosto de 2009

Socorra um alquimista

Lembro do tempo em que me confortava a ideia de me imaginar sem contato social. É, era interessantemente plausível a "não-vivência-social". Eu poderia me acostumar com isso. Poderia me acomodar nisso. Mas não conseguia, não era parte de mim, dizia eu mesmo em mim naquelas vezes.

Hoje, saio pela rua e não tenho mais o contato repugnante, que antes me causava asco. Hoje, eu caminho pelas ruas sem olhar os rostos, sem ver nos olhos, sem ouvir das bocas ou sentir nas peles. Minha sensibilidade está fechada; chaga de uma decepção. Só vem me restando a noção de percepção daquilo que chamamos de realidade que, sem sensibilidade, sua principal ferramente de crescimento, ela não cresce.

Não muda.

Fiz o teste e, falei a um senhor de feição cansada pela vida, vermelha pelo trabalho ao sol e portador de olhos verdes. Perguntei-lhe algo, respondido fui. Ele, muito solícito, entra em uma loja á pedir por uma confirmação de sua resposta, afim de me assegurar certeza plena. Findo, despedidas, seguimos nosso caminho - estava acompanhado, era Adonay ao meu lado -.
É, senti a proximidade, a satisfação branda e saciante de um trocar de palavras com um desconhecido amável. Pude iludir-me, acreditar por alguns breves momentos que tudo estava melhor e, que o mundo era ocupado, também, por seres humanos realmente humanos.

Uma pena, visto que caí em mim logo após, por nada. Por pura consciência da realidade que me cabe, por assim dizer. Um prazer, já que por ter sido um contato indiferentemente despretencioso, de ambas as partes - mesmo testando, foi despretencioso -, mesmo cônscio em minha razão, a sensação fica perene, mas presente por um bom período. E ficará assim até que eu adormeça.

Uma conversa ao ônibus - aliás, diria um monólogo verbal e um diálogo mental -, o sucesso em deslocar-se ao distante, na companhia de um amigo que não gosta de se apertar no banco, ou de ser discordado e, mesmo assim, despedir-me dele com sorriso meu estampando a face.

Um bom dia, que termina às 16:46. Tudo porque um dia eu me perguntei: "- O que faço da minha vida? O que farei dela e, quando me for tirada, que serei eu, mesmo não sendo nada?"
A resposta eu tento criar a cada dia, e sei que, de modos infinitamente complexos a construo. Infelizmente não é tudo que sai de acordo com nossas vontades. Porém, nem tudo o que queremos realmente nos é preciso.

Àqueles que entendem a broxante falta de criatividade, seja lá por qual motivo for, entendam: É você pedindo férias.







1-(...) é de uma classe média... mais alta do que baixa, tem lá sua academia, sua namoradinha interessantezinha, ... porque uma pessoa ignorante iria querer mudar isso? Só vai perceber que isso é nada quando se fizer aquelas três perguntas capciosas... ai, vai ser a depressão, ao seu modo. Ou não. Ele vai viver morto, descontente.(...)
2- ficam pro próximo post as 3 perguntinhas capciosas.

Um comentário:

  1. Eu não gosto de ser discordado. Que triste.
    Taí coisas que eu não gosto

    ser discordado.
    Perder no magic.
    Ter que estudar pra sobreviver.

    C'est la vie.

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