"(...)E a vontade de retaliá-los, só com intuito de marcar presença, de dizer o que deve ser dito, de não se sentir por baixo, coibido.
Ah, o prazer do defenestrar; sublime sensação material de desfazer-se daquilo e disso. Poder fingir mudar o mundo, as pessoas, jogando tudo fora por uma janela. Mas sempre que se joga algo pela janela, há a chance de acertarmos alguém bem na cabeça. Isso dóóóói...
Eu só quero dormir, o sonho bom do sono indisolúvel, impenetrável. Imaculado sono de Madre. Será que madres tinham sonhos de paz? Será que as pessoas sonham com aquilo que já tem, ou só sonham com o que não tem ainda, e um dia virão a ter, ou não? Sabe-se lá, é tudo sonho. Ao contrário, sonhos não viram realidade. Isso é inquestionável, até porque ninguém sonhou com o sonho. Sonhos nos mostram o que podemos ser, mas não que seremos aquilo; nunca nos tornamos sonhos. Até porque somos de verdade, e sonhos não são reais. Não se tocam os sonhos.
Venho seguindo conselhos de grandes da literatura, mesmo que não lembre de seus nomes. Aliás, dificilmente me lembro dos nomes. Nunca me lembro dos nomes. Nunca me lembro do que dizem, só saio falando e não me importo muito com o "quem disse", "quem escreveu", "quem peidou" ... só escrevo. Assim como eles também só escrevem, muitos, e não se importam de não dizer quem os influenciou, mesmo eles tendo quase sempre tanta noção disso tudo quanto de que o Sol é assim e a Lua, assado.
Não é um clichê. Até porque clichê não é algo realmente clichê. Tudo é clichê, se formos pensar pelo ponto de vista da Física Moderna. Também não precisaríamos ir tão longe, ou comprar livros tão caros e complicados; é só dar uma olhadinha a volta.
Tudo anda clichê. As pessoas andam clichês, sempre dizendo, pensando e reclamando das mesmas coisas. As aves também, principalmente os pombos: Malditos pombos: quando se assustam, sempre voam prum lado oposto, ou traçam um rota de fuga muito esperta. Eles sempre sabem o que vamos fazer para tentar pegá-los.
Eles também sabem que somos clichês.
O clichê sabe que é clichê, e nem por isso me martiriza. Sabe que sem ele, nada teria graça:
Não haveria o novo, nem a mudança, nem o diferencial, nem o interessante. Tudo seria igualmente novo, mutável, diferenciado, interessante... porque sem a lei da Tese+Antítese (Anti-tese) = Síntese nos deixa tudo bem menos lúcido. Ah, eu não vou explicar, aqui vocês dão uma pausazinha e analisam o esquema:
(...)
Então, como eu dizia, (eu também parei para refletir e viajei) não vou dizer mais.
Chega um pouco de clichês. Clichês já estão enchendo o saco de tão repetitivos. Insistir na mesma coisa sempre causa cansaço, indiferença e repulsa.
Vamos para outra vertente de pensamento, onde eu não penso nada por não ter nada me ocupando a mente; vou falar de gente.
Sempre se fala de gente. Quando falam dos rios, as pessoas falam delas mesmas. O mesmo acontece com o céu. "Olhe, estrelas tão belas" e logo a beleza se transforma em algo humano. Como se cada medida e anti-medida fosse humana. Será que somos Sínteses do que nos rodeia?
Sempre acreditei que sim. Venho com essa bandeira nos braços e por sobre o meu peito desde quando me descobri ainda coberto. E é frio sair debaixo das cobertas, mas conseguimos ver tudo melhor, sentir tudo melhor.
É uma bandeira que não te protege do frio; ela não te protege, simplesmente isso. Proteção? Quem falou em ser protegido quando se segue um ideal? Afinal, quem defende quem, o escudo, ou o escudeiro?
O escudo protege o escudeiro e o escudeiro protege alguém aí, alguem deve pensar. Tá, mas...
Veio também aos olhos a imagem de um alguém conhecido? Pois então, você é o escudo dessa imagem. Aí, a imagem vira o escudeiro. E vira escudo de mais alguém. No final, é um jogo, uma guerra quase sem fim. Sem perceber nos apegamos às nossas ideologias como não somente escudos, mas espadas e lanças, pistolas e metralhadoras. As piores ideologias são aquelas que viram bombas atômicas...
BOOM!!! A explosão do ódio visceral humano. Tipicidades da nossa classe.
Acho melhor eu dobrar os dedos por aqui. Logo, ficarei sem palavras. Na verdade,(Duvido muito, por isso eu paro) eu gostaria de continuar. Mas deixo pra depois do fim do dia essa tarefa mortal de escrever. É aquela coisa:
Quem pouco fode, muito chupa;
quem pouco come, muito fuma;
quem pouco dorme, muito ronca;
quem muito escreve, *completem*"
Páginas 32, 33 e 1/2 da 34 do Birds of Paradise, projetinho mixuruca.
João Victor apelou à Clarice Lispector interior, aquela vadia literária que não para de falar até...
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