13 de setembro de 2009

Como, ou quando, o vento sopra e o barco balança.

"Cinco idiotas passavam por uma aldeia. Quando as pessoas os viram, ficaram surpresas, pois carregavam um barco acima da cabeça. Era um barco grande e os cinco estavam quase morrendo sob seu peso. Perguntaram a eles: - O que vocês estão fazendo? Eles responderam: - Não podemos abandonar o barco. Este barco nos ajudou a vir da outra margem até esta. Como poderíamos deixá-lo? Por causa dele conseguimos chegar até aqui. Sem ele, teríamos morrido na outra margem. Já era quase noite e apareceram animais selvagens na outra margem; com certeza já estaríamos mortos agora. Nunca abandonaremos este barco, pois temos uma dívida eterna com ele. Vamos levá-lo sempre sobre nossas cabeças em total gratidão." Osho, Meditação.


Não me diga o que devo aprender.
Não me ensine.
Não me mostre os caminhos, ou como devo seguí-los.
Não seja meu mestre, nem queira fazer de mim seu súdito, seu aprendiz de feiticeiro.
Não estou à altura, mas também não quero alcançá-la. Mas não nego que me passe sua luz, que ela me seja dada e que me faça um bem sem igual. Só peço para que me passe-a sem deixar com que eu a perceba, para que a luz não me leve a vista ao longe e "far, far away", e eu me torne mais um cego. Ou simplesmente mais cego do que antes. Também te peço para que não deixe de seguir seu caminho e seu modo de ser e existir; peço que faça diferente comigo, e só comigo. Não sou especial, nem menos do que os outros. Só não quero. Só não posso.
Quero ter o prazer de conhecer sozinho. De me conhecer sozinho. De ler os livros mais belos. De me ler sozinho. Porque tudo o que leio, sou eu, porque pra mim, estamos todos em todas as partes e você, se torna evidente na minha mente quando observo uma árvore frescamente parada. Vou seguir sozinho agora, eu e meu barco novo, guiando-o e sendo guiado por ele. Porque eu preciso, sozihnho, navegar. Não me interessa agora conhecer todo o profundo mar que eu sou. Me basta saber de que sou capaz de navegá-lo. O que me importa agora é conhecer outros mares, outras profundezas...

Obrigado.

(releitura do magnífico texto de Clara Leitão, em "Mestre")

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